Share |

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Curitiba é escolhida a cidade mais verde entre 17 outras da América Latina

DA EFE

A cidade de Curitiba, capital do Paraná, obteve neste domingo a distinção de metrópole mais verde entre outras 17 da América Latina, segundo um estudo sobre meio ambiente apresentado pela empresa alemã Siemens e a unidade de estudos da revista britânica "The Economist".
No marco da Cúpula Climática Mundial de Prefeitos (CCLIMA), realizada no México, se apresentou pela primeira vez o Green City Index (GCI) da América Latina, classificando Curitiba, com 1,7 milhão de habitantes, como a única cidade "muito acima" da média quanto a normas ambientais.

Seguida dela, no segundo dos cinco níveis, ficaram outro grupo de cidades como Bogotá, capital da Colômbia; e Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Resultados "aceitáveis" na classificação foram obtidos pela colombiana Medellín, Cidade do México, Puebla e Monterrey, Porto Alegre, Quito e Santiago do Chile, colocadas no terceiro nível.

"Abaixo da média", o quarto nível em termos ambientais, ficaram Buenos Aires e Montevidéu, enquanto a mexicana Guadalajara e Lima, capital do Peru, estiveram um nível mais abaixo, "muito abaixo" da média, no nível mais baixo.

O novo índice considerou as variáveis de eficiência energética e emissões de dióxido de carbono (CO2), uso do solo e edifícios, tráfego, resíduos, água, situação das águas residuais, qualidade do ar e agenda meio ambiental de Governo.

O GCI pretende se transformar em um indicador que ajude a conscientizar as autoridades municipais sobre as necessidades de desenvolver políticas sustentáveis, explicaram os responsáveis pelo estudo.
"A ferramenta permitirá às cidades aprender mais de suas respectivas situações e fomentará a troca sobre estratégias eficazes partindo de uma base objetiva", disse Pedro Miranda, executivo da Siemens e diretor do estudo.

Segundo Leo Abruzzese, diretor global da Unidade de Inteligência de "The Economist", "o estudo demonstra que as cidades que seguem uma colocação integral alcançam resultados muito notáveis".
A metodologia do GCI foi empregada pela primeira vez com cidades europeias há um ano em outro estudo apresentado pela Siemens e "The Economist" com o apoio da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial (BM).

Aquela vez se tornou público o resultado em Copenhague dentro da 15ª Conferência das Partes da ONU sobre a Mudança Climática realizada em dezembro de 2009
Folha. com

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

05/11/2010 - 11h02
Jabuti escolhe obra de M. Rita Kehl sobre depressão como melhor do ano; leia trecho
da Livraria da Folha
Maria Rita Kehl na Flip, em 2009; seu livro "O Tempo e o Cão" foi escolhido como melhor do ano pelo prêmio Jabuti

Maria Rita Kehl na Flip, em 2009; seu livro "O Tempo e o Cão" foi escolhido como melhor do ano pelo prêmio Jabuti

Escolhido pelo júri oficial do 52º Prêmio Jabuti como melhor livro do ano na categoria não-ficção, "O Tempo e o Cão" (Boitempo Editorial, 2009), da psicanalista Maria Rita Kehl, fala sobre a depressão como um sintoma social

Ensaios atualizam conhecimentos da psicanálise sobre depressão
O controverso tema é desenvolvido em três ensaios com base nas experiências clínicas da pesquisadora.

No volume, Kehl atualiza a seara de conhecimentos desenvolvidos pela psicanálise nesse campo e investiga causas e sintomas da doença, cada vez mais comum na atualidade.

O livro já havia vencido o Jabuti 2010 na categoria "Educação, Psicologia e Psicanálise" e agora se firma como um dos principais lançamentos do ano.

Respeitada psicanalista brasileira, Maria Rita Kehl foi pivô de uma das principais polêmicas da eleição presidencial de 2010. Após publicar artigo em que expressava sua opinião política no jornal "Estado de S. Paulo", teve suas colaborações com o periódico canceladas.

Veja lista com 60 livros sobre depressão

Leia trecho de "O Tempo e o Cão".

Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

*
Resgatar a clínica das depressões do campo exclusivo da psiquiatria me parece um desafio ante o qual o psicanalista não pode recuar. O aumento assombroso dos diagnósticos de depressão nos países do ocidente, desde a década de 1970, poderia ser interpretado simplesmente como efeito do empenho da indústria farmacêutica em desenvolver e difundir técnicas de diagnóstico que favoráveis ao uso (quando não ao abuso) dos novos antidepressivos lançados a cada ano no mercado. Mas também pode indicar que o homem contemporâneo esteja particularmente sujeito a deprimir-se. A segunda hipótese não exclui a primeira, mas indica outra abordagem do problema. Embora o tratamento dos casos de depressão não seja normalmente atribuído ao campo da psicanálise e sim ao da psiquiatria, concordo com Colette Soler, para quem a inconsistência do conceito de depressão não deve nos desencorajar a pensar psicanaliticamente os fenômenos depressivos que chegam à nossa clínica.

Tenho constatado em minha prática analítica que aquilo que chamamos, sem grande precisão, de depressão, seja um quadro mais próximo da clínica das neuroses do que das psicoses. Quando um psicanalista ou um psiquiatra referem-se a uma depressão psicótica ou "endógena" é bem provável que se refiram a uma melancolia, não a uma depressão. Isto vale inclusive para as depressões consideradas crônicas, que também podem ser, senão curadas, ao menos tratadas com os recursos da psicanálise. As depressões participam das estruturas neuróticas, mas é preciso tentar compreender sua singularidade. Não se confundem com estados de ânimo tais como tristeza, abatimento, desânimo, inapetência para a vida, embora todos estes participem também do sofrimento do depressivo. Por outro lado, também não se confundem com as ocorrências depressivas esporádicas a que todo neurótico está sujeito em razão de perdas, fracassos ou lutos mal elaborados.

Na clínica psicanalítica recebemos com freqüência pessoas que se queixam de não terem jamais experimentado, tanto quanto sejam capazes de se lembrar, outro modo de estar no mundo que não seja a depressão, com raros intervalos de alívio passageiro. O tipo de endereçamento transferencial de suas interrogações frente ao analista nos leva a concluir que estas pessoas sejam neuróticas; mas o sentimento de vazio que os abate, a lentidão mental e corporal, o abatimento profundo em que se encontram, exigem um pouco mais de cautela em sua avaliação. A questão que se coloca é: o que acontece, na origem de certas entradas na neurose, que abate o sujeito de uma forma tão avassaladora desde muito cedo?

Depois de um tempo de análise, que pode ser mais longo ou menos longo, a estrutura neurótica de um depressivo começa a ganhar nitidez. Entendemos, então, que aquele que se apresentou como cronicamente deprimido participa de uma histeria, ou de uma neurose obsessiva, mas sua depressão teria comprometido desde o início a estrutura, tanto no que concerne à posição do sujeito quanto à formação dos mecanismos de defesa característicos de cada neurose. O que decide, durante o atravessamento do complexo de Édipo, a saída pela depressão (crônica) para alguns sujeitos neuróticos? O que foi que o pequeno sujeito deixou de levar a cabo, em sua constituição, para ter se tornado, antes de um histérico ou um obsessivo, um depressivo?

Entendo que a posição do depressivo decorre de uma escolha, no sentido freudiano de "escolha das neuroses", que se dá no momento em que o pai imaginário se apresenta como rival da criança, no segundo tempo do atravessamento do complexo de Édipo. A escolha precoce do futuro depressivo seria a de se retirar do campo da rivalidade fálica: em vez de disputar o falo com o pai (e perder para ele...), o depressivo teria preferido recuar, permanecendo ao abrigo da proteção materna. Em conseqüência deste recuo, ao contrário do que ocorre no percurso normal do neurótico, o depressivo defende-se mal da castração - a qual, neste ponto da constituição do sujeito, já terá ocorrido, a partir do momento em que o discurso da mãe indica à criança o lugar que o pai ocupa frente ao desejo dela. Ocorre que o futuro depressivo se detém a meio caminho do percurso em que os histéricos e obsessivos definem sua posição fantasmática: ao invés de enfrentar a rivalidade fálica, na tentativa de reverter os efeitos da perda que já ocorreu, os depressivos "escolhem" permanecer na condição de castrados. Isto não significa que tenham simbolizado a castração. Por outro lado, também não se trata das versões imaginárias da castração entendida como privação ou frustração, e sim de abster-se da reivindicação fálica colocando-se ao abrigo da castração infantil. Isto não significa que não existam paixões de rivalidade nos depressivos. Se eles recuam, é porque não admitem o risco da derrota, nem a possibilidade de um segundo lugar. Ao colocar-se ante a exigência de "tudo ou nada", acabam por instalar-se do lado do nada.

O depressivo não enfrenta o pai. Sua estratégia é de oferecer-se como objeto inofensivo, ou indefeso, à proteção da mãe. O gozo desta posição protegida custa ao sujeito o preço da impotência, do abatimento e da inapetência para os desafios que a vida virá lhe apresentar. Além disso, existe um engodo neste ato de oferecer-se como indefeso e dependente da proteção do Outro: ao apresentar-se como alheio aos enfrentamentos com o falo, o depressivo não desenvolve recursos para se proteger da ameaça de ser tomado como objeto passivo da satisfação de uma mãe que se compraz com o exercício de sua potência diante da criança fragilizada. Este lugar, de objeto passivo dos cuidados maternos, não equivale ao lugar do pai como aquele que faz a lei para o desejo da mãe no plano erótico; o depressivo, insisto, é um sujeito castrado.

Ademais, em razão da fragilidade de sua posição na estrutura, este que reage aos enfrentamentos com seu desejo abrigando-se em uma depressão está mais acessível ao saber recalcado sobre a castração do que os neuróticos, digamos, mais bem sustentados em sua posição. Este saber, pelo qual ele evita, precariamente, se responsabilizar, parece ao depressivo ser a causa de seu sofrimento. Não é. A posição do depressivo é conseqüência, além do recuo ante o enfrentamento com o pai, da tentativa de recuar também ante um saber que se impõe a todo sujeito, seja pela via do sonho, do lapso ou do sintoma. É ao tentar ignora-lo que o depressivo se aniquila subjetivamente.

A mesma tentação da demissão frente ao desejo que acomete o neurótico conduz grande parte dos depressivos a buscar salvação em tratamentos medicamentosos. Plenamente apoiados pela ideologia de nossa sociedade científico-mercadológica e pela oferta abundante de antidepressivos, muitos sujeitos buscam em um tratamento exclusivamente psiquiátrico a condição ideal que lhes permita evitar o enfrentamento com suas questões subjetivas. À falta de condições que lhes permitam elaborar o sentido de seu abatimento, muitos depressivos se apressam a concordar com a idéia de que sofrem de algum tipo de déficit. Não há, entre os discursos hegemônicos da vida contemporânea, nenhuma referência valorativa quanto aos estados de tristeza e à dor de viver, assim como ao possível saber a que eles podem conduzir. O mundo contemporâneo demonizou a depressão, o que só faz agravar o sofrimento dos depressivos com sentimentos de dívida ou de culpa em relação aos ideais em circulação.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A vida secreta de José Serra

Eleições: 15 questões que a mídia deveria investigar

publicada quarta-feira, 20/10/2010 às 12:32 e atualizada quarta-feira, 20/10/2010 às 14:23


Antes de 31/10 o Brasil espera respostas para 15 questões pontuais
Se a imprensa quisesse teria muito trabalho por realizar. Bastaria ver as muitas matérias interrompidas abruptamente, as notícias sem continuidade, as manchetes anunciando que ontem pela manhã, por volta das 5h45m o mundo acabou.

por Washington Araújo, da Carta Maior

Pois bem, se a imprensa quisesse… não precisaria ficar se exercitando qual hamster passeando em sua roda-gigante dentro de sua minúscula gaiola. E também não teria que ficar repetido à exaustão que “tudo está indefinido”, somente com “a abertura das urnas” saberemos alguma coisa (?), “as pesquisas mostram números ligeiramente alteradíssimos”, “os votos do PV não são do PV, são de Marina”, “os votos de Marina não são de Marina são do PV”.
É um festival de coisa morna, que longe de queimar a língua, no máximo lhe faz sentir quão desagradável é a coisa morna, seja leite morno, seja escândalo morno, seja notícia morna. A cobertura da imprensa destas eleições presidenciais se alterna entre o frio e o morno e qualquer calorzinho existente parece nascer do lado partidário da imprensa que mais se autoproclama isenta, independente, acima das ideologias, acima das eternas rusgas entre governo e oposição.
Mas, se a imprensa quisesse teria muito trabalho por realizar. Bastaria ver as muitas matérias interrompidas abruptamente, as notícias sem continuidade, as manchetes anunciando que ontem pela manhã, por volta das 5h45m o mundo acabou. Se preciso tão somente responder, se possível antes do aguardado domingo 31 de outubro, a questões como as que enuncio a seguir:
1. Porque o avanço do tema aborto cruzava o Brasil como se planasse em céu de brigadeiro e, logo após “a publicação do relato de uma ex-aluna da mulher de Serra dando conta de que ela (Monica), em sala de aula, revelou já ter praticado um aborto” o tema desapareceu do noticiário com tal velocidade que até falar da construção da Transamazônica, nos momentos mais dolorosos do governo Médici parece notícia com muito mais cheiro de novidade para este segundo turno que a questão do aborto?
2. Havendo o tema descriminalização do aborto ter se levantado como onda de 11 metros, com a informação de que Monica Serra, mulher do candidato a presidência José Serra (PSDB), teria feito um aborto durante o período em que o tucano viveu exilado no Chile. Partiu de “gente com ficha limpa”: da bailarina e ex-aluna de Monica Serra na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Sheila Canevacci Ribeiro… Cadê o jornalismo investigativo buscando ouvir ao menos mais 5 ou 6 alunas da professora Mõnica, ex-colegas de Sheila Ribeiro sobre o assunto?

3. Porque a simples nota da Assessoria do PSDB negando o aborto da mulher de seu presidenciável ao invés de deixar a onda se acabar na praia não produziu o que se esperaria de uma jornalismo minimamente partidário e independente: aumentar o esforço investigativo em torno do caso, afinal, não era ela que há algumas semanas panfletava em Nova Iguaçu (RJ) bradando que Dilma Rousseff (PT) “é a favor de matar criancinhas”?
4. Porque partiu de um líder católico, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da antes pacata Guarulhos (SP) a encomenda de 20 milhões de panfletos, com assinatura de sua entidade-mor, a CNBB, com ataques claros e diretos à candidata da continuidade governista Dilma Rousseff?
5. E se em nota a própria CNBB afasta dos lábios sacerdotais o cálice amargo encontrado em Guarulhos… quem teria autorizado a impressão de sua chancela?
6. Como Dom Bergonzini conseguiu levantar tanto dinheiro para ação tão meritória e tão alinhada com as mensagens que há 2.000 anos sopram dos Evangelhos de Lucas, João, Mateus e Marcos?
7. E se não era dinheiro resultante de dízimos e doações de sua diocese, de onde viria tão elevada quantia – cerca de algo entre R$ 600 mil a R$ 800 mil, de que casa bancária, de que conta partidária teria sido debitado a quantia?
8. E em que conta da diocese de Guarulhos teria sido depositada a dinheirama?
9. Paulo Preto, personagem de outro escândalo ligeiramente escamoteado no principal telejornal da tevê brasileira, estaria envolvido com a gráfica demandada por Dom Bergonzini?
10. Quais as ações tanto da Justiça Eleitoral quanto de sua mais operosa agente do Direito, esta que parece trabalhar em três turnos sem qualquer intervalo, Procuradora Eleitoral Dra. Sandra Cureau sobre a impressão desses 20 milhões de folhetos?
11. Porque o governador José Serra considerou “irrelevante” o fato de a dona da gráfica de Guarulhos, segundo o jornal Folha de S.Paulo, além de filiada ao PSDB desde 1991 e se tratar da irmã do coordenador de infraestrutura de sua campanha, Sérgio Kobayashi?
12. Porque um dos lados, sempre que acusa o outro de grossas inverdades, campanhas subterrâneas de desqualificação, quando apresenta a ficha corrida de elementos gestores de uma ou de outra campanha, recebe como resposta padrão adjetivos ou frases curtas como “Irrelevante”, “Factóide”, “Não vai dar em nada(sic)” e fica por isso mesmo, dando-se por saciado o interesse jornalístico?
13. Porque um outro lado, por mais que refute as acusações, apresente dados, relatos circunstanciados, nome e sobrenomes de meliantes, passa a ser visto pela grande imprensa como “informação não confiável”, “ não publicável” ou daquelas que abastecem o extenso rol das “informações jornalísticas a serem sonegadas”?
14. Porque chefes da editoria de Economia & Finanças dos principais jornais e revistas do país não produzem estudos jornalísticos sobre as conseqüências para o Brasil de um salário mínimo rapidamente catapultado para R$ 600,00 – quais as implicações para as contas públicas? quais as repercussões nas contas da Previdência?
15. Porque a grande imprensa não convoca economistas de renome e lhes oferece espaço adequado em seus veículos para publicar suas análises sobre o impacto de um aumento na faixa dos prometidos 10% a todos os aposentados do Brasil logo no primeiro trimestre de 2011? Estaria dentro dos princípios que norteiam a celebrada Lei da Responsabilidade Fiscal?
São pautas para estudante de jornalismo algum colocar defeito. Quem, em sã consciência, não teria interesse de ver a equação da informação fechar de forma redonda e completa? E olha que deixei completamente ao relento a esquizofrênica pauta brandida por presidenciável desejoso de asfaltar formidáveis 4.000 quilômetros da rodovia Transamazônica ligando o Estado da Paraíba ao Estado do Amazonas.
Deixo também às vicissitudes do tempo, chova ou faça sol, a idéia de se construir uma ponte unindo Recife a Fernando de Noronha (545km) ou a opção mais em conta e não menos exótica e espalhafatosa que a construção dessa mesma ponte agora ligando Fernando de Noronha a Natal (340km). Promessas assim só servem para uma coisa: engrossar o folclore político e populista do Brasil.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,  Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email – wlaraujo9@gmail.com

sábado, 16 de outubro de 2010

Um Milhão de Famintos no Dia Mundial da Alimentação

16/10/2010 Sábado, Dia 16 de Outubro de 2010 as 11h:30
Um milhão de pessoas não tem o que comer no Dia Mundial da Alimentação, alerta FAOMiseria e fome atingem o Brasil
Os dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), pela primeira vez em 15 anos, indicam uma melhora no quadro geral da fome no mundo...

Maputo (Moçambique) – Em todo o mundo, 925 milhões de pessoas vão passar este dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, sem ter o que comer. O número é equivalente às populações somadas dos Estados Unidos (300 milhões), do Brasil (190 milhões), do Japão (130 milhões), da Alemanha (82 milhões), da França (63 milhões), do Reino Unido (60 milhões), da Itália (58 milhões) e da Espanha (40 milhões).

Os dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), pela primeira vez em 15 anos, indicam uma melhora no quadro geral da fome no mundo. Em 2009, 1,023 bilhão de pessoas eram consideradas famintas, 9,6% mais do que este ano.

Uma das causas para a redução é a queda dos preços dos alimentos nos mercados internacionais e nacionais iniciada em 2008. Para o representante da FAO em Moçambique, o uruguaio Julio de Castro, há outro fator a ser considerado: a oportunidade de negócio. “O comandante de um navio carregado de grãos recebe um telefonema: 'precisamos de 50 mil toneladas no Quênia.' O barco segue para lá e preço sobe ou desce. E ligam para ele de novo: 'pagam mais no Líbano'. E o barco muda a rota. É especulação, negócio. Não é questão de concordar ou discordar. Mas isso tem uma importância na distribuição [dos alimentos]."

Para a FAO, a produção mundial de alimentos precisa aumentar 70% para alimentar a população que o mundo terá em 2050, estimada em 9 bilhões de pessoas. Os governos devem investir mais na agricultura, expandir redes de segurança e programas de assistência social, reforçar atividades que geram renda para as áreas rurais e urbanas mais pobres e criar mecanismos adequados para lidar com situações de crise e proteger as populações mais vulneráveis.

A entidade também reforçou o pedido para participação na campanha Unidos Contra a Fome, que coleta assinaturas para chamar a atenção para o problema. A meta de um milhão de adesões foi alcançada um mês e meio antes do previsto, em novembro.

Fonte: por Eduardo Castro/EBC

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Saude Pública Pesquisa IG - Aborto causa 12 internações por hora

 

Em 2010, a cada hora foram 12 internações por interrupção provocada da gravidez

Fernanda Aranda, iG São Paulo | 08/10/2010 10:36

A interrupção da gravidez provocada  – sem ser a espontânea ou por motivos médicos – é um dos procedimentos que mais ocupa leitos dos serviços públicos e privados na área de saúde da mulher.
Nos seis meses primeiros meses de 2010 foram 54.339 internações por este tipo de ocorrência, uma média de 12 casos por hora.


Foto: Getty Images
Internações por aborto superam a soma de tratamentos para câncer de mama e útero
Os números registrados entre janeiro e julho são 41% superiores à soma de internações por câncer de mama e câncer de colo do útero (38.532), duas doenças consideradas pelos governos federais, estaduais e municipais como grandes desafios de assistência ao sexo feminino.
O assunto saiu do anonimato diário de muitas mulheres para virar tema político. Neste segundo turno das eleição presidencial, José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT) pautaram suas agendas para falar sobre – ou evitar – o tema.

Custos
O levantamento, feito pelo Delas no banco virtual do Ministério da Saúde, mostra ainda os custos do aborto provocado considerado crime pela legislação brasileira. No período analisado, foram gastos R$ 12,9 milhões para internar mulheres com hemorragias, infecções ou perfurações desencadeadas após o procedimento realizado em clínicas clandestinas. Para chegar ao dado, a reportagem excluiu do mapeamento o total de internações por "aborto espontâneo" (66.903 registros em seis meses) e "aborto por razões médicas" (905). Só foi considerada a categoria "outras gravidezes que terminam em aborto".
“São dados que mostram como a criminalização e a manutenção do aborto na clandestinidade são ineficazes do ponto de vista da saúde”, afirma o médico Thomaz Gollop, diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenador do Grupo de Estudo sobre o Aborto (GEA), que reúne médicos, psicólogos e juristas.
“Ainda que a legislação faça com que estas mulheres não possam ser atendidas incialmente nos hospitais (para a realização do aborto) elas chegam depois, machucadas e em estado grave de saúde. Em Pernambuco, o aborto é a principal causa de morte”, diz Gollop, ao explicar porque considera a legislação atual um contrassenso.

Outros números
Além das internações por interrupção provocada da gravidez, outros números conseguem mapear a extensão do aborto no Brasil. Quando o procedimento não é completo, as mulheres submetidas a ele precisam recorrer a alguma unidade de saúde para fazer a curetagem – sucção de restos da placenta, do embrião ou do feto.
Segundo um estudo divulgado pelo Instituto do Coração (Incor) – divulgado este ano – a curetagem é o procedimento hospitalar mais realizado no País. Em média, são feitas 250 mil por ano, em valores que superam R$ 30 milhões.

No banco de dados do Ministério da Saúde, as notificações mostram que as curetagens são numerosas também no sistema privado de saúde. Das 110.483 feitas nos seis primeiros meses de 2010, 45.847 foram em unidades particulares (41,4% do total).
“O que precisa ser levado em conta é a diferença entre a condição de saúde das mulheres que chegam às unidades privadas de saúde e das que chegam às públicas”, afirma Margareth Arrilha, diretora da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR), ligada ao Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap).
Segundo ela, a experiência mostra que as pacientes da rede pública chegam com sequelas mais graves, em decorrência dos procedimentos mais inseguros, feitos em locais sem a menor garantia de higiene ou pela ingestão de medicamentos sem qualidade.

Remédios falsificados
De acordo com as pesquisas, seminários e levantamentos feitos pela CCR, metade dos abortos realizados no País acontece por meio do uso de medicamentos. Neste processo, avalia Margareth, o procedimento que já acontece de forma insegura fica ainda mais perigoso. “As drogas são adquiridas em camelôs ou produzidas em indústrias de esquina”, diz.
As operações realizadas este ano pelo Ministério da Justiça, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que 42% dos 700 estabelecimentos fiscalizados este ano (drogarias, farmácias, laboratórios e academias) vendiam medicamentos falsos, contrabandeados ou sem procedência duvidosa. No total, foram apreendidas 60 toneladas de cápsulas. Apesar de não existir um ranking da classe destas drogas clandestinas, é sabido pelos técnicos que participam das fiscalizações que os abortivos – ao lado dos usados para disfunção erétil – são os mais falsificados e os mais vendidos ilegalmente.

As mulheres
O Ipas – entidade não governamental que atua na América Latina em favor dos direitos reprodutivos da mulher – fez uma pesquisa para traçar um perfil das que compram estes remédios ou fazem aborto no Brasil. Em sua publicação “O impacto da ilegalidade do aborto na saúde das mulheres e nos serviços de saúde em cinco Estados brasileiros” uma enquete foi aplicada a 2.002 mulheres, de 18 a 39 anos.
Das entrevistadas, 15% declaram já ter feito um aborto alguma vez na vida. “Projetado sobre a população feminina do País nessa faixa etária, que é de 35,6 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representaria 5,3 milhões de mulheres”, diz a publicação. Segundo o texto, o perfil é "de casadas, com filhos e religião".
O aborto é criminalizado no Brasil desde a legislação de 1940. No Sistema Único de Saúde (SUS) mulheres vítimas de violência sexual podem fazer o chamado aborto legal. A Igreja Católica e algumas alas da Evangélica recriminam a prática independentemente da circunstância da fecundação.
No ano passado, em Recife, uma menina de 9 anos, grávida de gêmeos após abusos do padrasto realizou o aborto legal. Na época, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, anunciou a excomunhão da garota, da mãe e dos médicos que atenderam a menina. O estuprador não foi excomungado. Pouco tempo depois, o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, anunciou que a intenção era apenas chamar a atenção para um fato relevante e que uma excomunhão não significa uma condenação eterna.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Causa da Demissão de Maria Rita Kehl- Comente Abaixo

Dois pesos...
02 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.


Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.




Serra e FHC não podem voltar ao poder - Ciro Gomes

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Antes de reunião em Cancún, ONU diz que chegou momento de decidir sobre o clima

DA FRANCE PRESSE

A principal autoridade da ONU para o clima, Christiana Figueres, enviou nesta segunda-feira, em Tianjin (norte da China), uma mensagem urgente aos governos do mundo: "Vocês podem parar ou avançar, o momento das decisões chegou."

A secretária executiva da Convenção para o Clima das Nações Unidas (UNFCCC), fórum mundial de negociações criado em 1994 para examinar as mudanças climáticas, fez o alerta aos negociadores dos mais de 190 países reunidos para a abertura da última sessão de negociações antes da grande reunião de Cancún, México, que acontecerá de 29 de novembro a 10 de dezembro.
                                                                            
"Em Cancún vamos precisar de resultados concretos e urgentes", advertiu.

Quase um ano depois do fracasso relativo da conferência de Copenhague, a secretária costarriquenha afirmou que é necessário "restaurar a confiança na capacidade das partes para levar adiante este processo, para que o multilateralismo não seja percebido como um beco sem saída, para evitar que as divergências permanentes terminem como uma inação inaceitável".


 
Ela citou os pontos sobre os quais a reunião de Cancún pode tomar decisões, como um fundo de ajuda aos países mais vulneráveis ou a aplicação de um mecanismo para combater o desmatamento.

O acordo de Copenhague fixou a meta de limitar o aumento da temperatura do planeta a dois graus, mas sem calendário e de maneira evasiva sobre as modalidades para alcançar o objetivo.
"Peço que demonstrem flexibilidade e espírito de compromisso. Senhoras e senhores, é chegado o momento", concluiu a secretária.

Esta é a primeira vez que a China, um dos maiores poluentes do planeta, recebe uma conferência sobre o clima.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pescador fica amigo de crocodilo na Costa Rica

28/09/2010 - 08h45

DA BBC BRASIL

Há 20 anos, o pescador Chito encontrou o crocodilo Pocho à beira da morte em um rio na Costa Rica. Hoje, são amigos praticamente inseparáveis.

Chito faz shows para turistas, nos quais conversa e brinca com o perigoso réptil de mais de cinco metros de comprimento como se fosse com um cão de estimação.

De acordo com o pescador, há duas décadas, mesmo contra a vontade do irmão, ele alimentou e tratou do animal ferido, que passou a não aceitar comida de mais ninguém.


Hoje, Chito conta que até dorme ao lado do bicho.
No início, ele ainda teria tentado soltar Pocho no rio, mas o animal sempre voltava.
Há quatro anos, amigos, impressionados com o relacionamento entre o pescador e o crocodilo, sugeriram que ele iniciasse essas apresentações para o público.
A ideia deu certo e hoje atrai turistas de vários países.




domingo, 26 de setembro de 2010

O Perigo Tóxico dos Cosméticos e Produtos de Higiene e Limpeza

                          

Cosméticos e itens de higiene ocultam ingredientes que podem prejudicar a saúde

Em uma típica rotina de higiene e beleza, você talvez comece o dia esfregando lauril sufato de sódio em toda a pele e no couro cabeludo.
Depois, pode espalhar diazolidinyl urea no rosto, parabeno no corpo e passar sal de alumínio nas axilas. Certos dias, talvez inclua camadas de formaldeído nas unhas e de peróxido de hidrogênio e amônia nos cabelos.

Cosméticos e itens de higiene ocultam nas suas fórmulas ingredientes que podem prejudicar a saúde

Você pode não ter a menor ideia do que sejam essas substâncias, mas elas estão na maior parte dos cosméticos --sabonete, xampu, hidratante, desodorante, esmalte e tintura para cabelos.

E daí? São substâncias proibidas? Não, mas podem significar riscos à saúde. Segundo associações de consumidores, fabricantes de cosméticos, mesmo sabendo disso, continuam usando esses ingredientes e não divulgam os problemas relacionados a essas substâncias.

Terrorismo verde? Bem, o vídeo "The Story of Cosmetics" (www.storyofcosmetics.org), que aponta os potenciais perigos de componentes encontrados na maioria dos cosméticos, pode deixar muita gente aterrorizada !                                          
No vídeo, câncer, distúrbios neurológicos e infertilidade são associados a xampus, cremes, desodorantes e até itens para bebê. O intuito é alertar sobre o perigo oculto nas fórmulas e pressionar as autoridades para aumentar o controle sobre os produtos de beleza e higiene, proibindo os mais tóxicos.

Mas ninguém controla o que vai no creminho que você passa ao redor dos olhos ou no talquinho do bebê?

Mais ou menos, dizem os militantes dos cosméticos "limpos". Como boa parte dos testes de segurança é fornecida pelos próprios fabricantes, resta uma enorme margem de dúvida sobre os resultados apresentados.

No Brasil, o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo, é a Anvisa que regulamenta esses produtos.

QUESTÃO DE DOSE

A agência divide os cosméticos em dois grupos. O grau 1 inclui os considerados mais simples na formulação e nos efeitos prometidos, como condicionadores, xampus, sabonetes. Esses não são submetidos à análise. Basta uma notificação da empresa.

Os produtos grau 2 (alisantes, antitranspirantes, tintura de cabelo) precisam de registro e passam por análise técnica. Os fabricantes têm de apresentar documentos para comprovar que as substâncias estão dentro dos limites considerados seguros.

Aí que a coisa pega entre os militantes dos cosméticos limpos e a indústria. Respaldados pela lei, fabricantes dizem que, embora alguns itens sejam tóxicos, as doses usadas não oferecem riscos.

Afinal, homeopatas (mais afinados com o povo "limpo" do que com a indústria química) são os primeiros a dizer que a diferença entre veneno e remédio está na dose.

O time que luta por cosméticos mais seguros admite que a química de cada produto, individualmente, não faz mal. Acontece que ninguém usa um só. Calcula-se que, por dia, mulheres usem dez e homens, seis produtos.

Dia após dia, ano após ano, pequenas quantidades de produtos tóxicos vão se acumulando no organismo.

"Em longo prazo, esses cosméticos trazem problemas", diz Edilene Costa, da Abrapan (Associação Brasileira de Produtos Artesanais, Naturais e Bem-Estar) -criada para apoiar empresas de "produtos naturais" (conceito vago e sem regulamentação clara) e conscientizar o consumidor da importância desses produtos para a saúde e o ambiente.

No site da Abrapan (www.abrapan.org.br) há uma lista de substâncias inseguras encontradas em cosméticos. É um começo.
                                                                                                                                 Cosméticos - banco de imágenes
"O consumidor deve ler os ingredientes que compõem o produto e buscar informação", diz Costa.

Não é tão simples. As letras são minúsculas nas embalagens, e há siglas indecifráveis para quem não é formado em química.

Você pode fazer uma busca no banco de dados de cosméticos seguros do EWG (grupo de trabalhos ambientais, na sigla em inglês). No site www.cosmeticdatabase.com, você digita o nome da substância para descobrir os tipos de risco que oferece e em que produtos aparece.

Superada a dificuldade de decifrar a fórmula, vem outra questão: encontrar alternativas seguras de produtos.

No Brasil, não há um regulamento oficial para cosméticos ecológicos, orgânicos ou naturais. Uma saída é procurar produtos com selos de certificadoras reconhecidas, como a Ecocert, que tem origem francesa e ramos em vários países, incluindo o Brasil, e o IBD, que trabalha com as certificadoras NSF (EUA) e a Natrue (Europa).

A outra dificuldade é se acostumar com produtos que não usam as substâncias químicas habituais.

"Na percepção do consumidor, cosmético natural não tem muita eficácia", crê Christine Itagaki, gerente da Weleda, marca suíça de cosméticos e medicamentos.

Para Clélia Angelon, presidente da Surya, marca brasileira de cosméticos orgânicos certificados, o brasileiro ainda confunde aspectos sensorais do produto -fazer espuma, ter determinado aroma- com eficiência.

"É preciso educar o consumidor. Já temos [no Brasil] várias opções de cosméticos sem substâncias tóxicas e de excelente performance", diz.

Como se Maquiar
ARMAS QUÍMICAS OCULTAS NA SUA NÉCESSAIRE  
O que estão colocando dentro do seu cosmético:

PARABENO

É um conservante presente em 90% dos cosméticos. Tem a finalidade de evitar a contaminação microbiana, garantindo a segurança de uso. A agência de vigilância sanitária regula o limite de uso da substância. A concentração considerada segura foi baseada em estudos internacionais. Há muitos estudos mostrando que os parabenos contribuem para o desenvolvimento do câncer em pessoas predispostas. Outros trabalhos trazem evidências de que a substância afeta o sistema hormonal.

DIAZOLIDINYL UREA

Outro tipo de conservante, que pode ser usado em maquiagem, cremes para unha e cabelos, pós-barba e loções hidratantes. A Anvisa regula o limite de uso em concentrações consideradas seguras. O produto pode causar alergias na pele e ser tóxico para o sistema imunológico, segundo alguns trabalhos publicados.

LAURIL SULFATO DE SÓDIO

Aprovada pela Anvisa, a substância tem ação detergente e a capacidade de formar espuma. É muita usada em xampus e sabonetes. Pode ser encontrada até em pasta de dentes. Pode causar irritação na pele. Também pode, por reações químicas ou contaminação, gerar um subproduto, chamado 1,4 dioxane, que não tem uso aprovado e é considerado cancerígeno.

AMÔNIA

Usada para abrir as cutículas dos fios de cabelo para que recebam outros produtos (descolorantes, tinturas, alisantes, permanentes etc.), tem os limites de segurança de uso dispostos pela Anvisa. É irritante das vias áreas e da pele. Estudos mostram que tem efeito cumulativo no organismo.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Mais conhecido com água oxigenada, é usado para clarear pelos e cabelos e como neutralizante em processos de alisamento, relaxamento, permanentes e tinturas. A Anvisa controla os limites de uso, diferentes para produtos para cabelos e para clareamento de pelos. Irrita a pele. Estudos apontam que pode afetar o sistema endócrino.

FORMALDEÍDO (FORMOL)

A Anvisa aprova o uso como conservante em concentração máxima de 0,2% e como endurecedor de unhas até 5%. O uso como alisante capilar não é permitido pela legislação. Esse uso, segundo a Anvisa, pode causar irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda de cabelo, ardência dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz. Várias exposições podem causar câncer nas vias aéreas superiores.

IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Trailer "Harry Potter e as Relíquias da Morte- Parte 1"

Mata Atlântica sediará Polo de Pesquisas

O Brasil deverá sediar, a partir do ano que vem, um polo de pesquisas sobre o efeito das mudanças climáticas no bioma Mata Atlântica. A iniciativa está sendo capitaneada pela Fundação O Boticário, que prevê investir R$ 3 milhões em projetos de pesquisa e conservação com esse perfil.
Golden-headed Lion Tamarin (Leontopithecus chrysomelas) por PeterQQ2009Tucano Toco - (Ramphastos Toco). por MarceloFerreira“Vamos financiar projetos de pesquisas de médio prazo, de três a quatro anos de duração. O objetivo é conhecer os impactos das mudanças climáticas na Mata Atlântica, um campo ainda pouco estudado no Brasil”, explica Malu Nunes, diretora executiva da Fundação O Boticário. “Biomas como a Amazônia abrigam estudos sobre o efeito das mudanças climáticas nas florestas. A Mata Atlântica possui essa lacuna.”

Segundo ela, as diretrizes do novo polo serão discutidas em um evento que será realizado entre 29 deste mês e 1.º de outubro, em Curitiba.
Blue por escobar8262

Neste ano, a fundação, que comemora 20 anos de atividade, investirá um total de R$ 8,5 milhão em projetos de conservação da biodiversidade.
 por Thiago BreginskiVendedor de Cocadas por ROBERTONES BRASIL SP.

Os projetos ambientais, que possibilitaram a descoberta de 37 novas espécies da fauna e flora brasileiras, são financiados com o repasse de 1% da receita líquida da empresa de cosméticos O Boticário e com recursos doados pelos franqueados das empresa.

  

Trailer do filme "O Último Exorcismo"

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quer trocar seu voto D. Maria ?

Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência

Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência mobiliza mais de 70 países
DE SÃO PAULO

De acordo com pesquisa do Ministério da Saúde, 15,9 é a idade média da população feminina que engravida no Brasil. Segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), a América Latina registra anualmente 54 mil nascimentos com mães menores de 15 anos e 2 milhões com idades entre 15 e 19 anos. No mundo, um terço das 205 milhões de gravidezes que acontecem todo ano não são planejadas.

Diante desses números alarmantes, mais de 70 países da Europa, Ásia e América Latina se mobilizam para promover o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência, realizado pelo quarto ano consecutivo em 26 de setembro. O tema deste ano é "Sua Vida Sua Responsabilidade".

No Brasil, a campanha --chamada de Viva Sua Vida-- organiza palestras e ações educativas em diversas cidades, entre 22 e 28 de setembro. Veja a programação abaixo:

Paula Huven/Folhapress


Idade média das brasileiras que engravidam é de 15,9 anos

AÇÕES

QUINTA (23)
Ações de conscientização com distribuição de folhetos informativos em frente a escolas, universidades, estações de metrô e principais pontos das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Em São Paulo, haverá apresentação de um grupo teatral e a revoada de três mil bexigas na avenida Paulista, às 14h.
Das 7h as 14h

SEXTA (24)
Escola Estadual Dom Duarte
Av. de Pinedo, 57, Socorro, São Paulo
Às 8h, 10h e 14h

Instituto de Educação Governador Roberto Silveira
R. General Mitre, 587, Jd. Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias, RJ
Às 10h30 e às 13h30

DOMINGO (26)
Ação de conscientização no Parque das Águas, em Sorocaba (SP), com distribuição de folhetos informativos, brindes e revoada de bexigas
Às 10h30

TERÇA (28)
Palestra com o autor Marcos Ribeiro e a cineasta Sandra Werneck. Haverá exibição de trechos do filme "Sonhos Roubados"
Colégio Ridávia Corrêa
Av. Presidente Vargas, 1314, centro, Rio de Janeiro
Às 10h

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Veja Agora! Todos Videos sobre os Subornos e Desvios do" Mensalão" do MS

Os vídeos abaixo mostram o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ary Rigo (PSDB), revelando detalhes do suposto esquema ilegal de pagamentos, com o dinheiro da Casa, para o governador André Puccinelli (PMDB), aos deputados e às autoridades do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Estado.

As imagens foram gravadas com uma câmera oculta pelo secretário de governo de Dourados, Eleandro Passaia, em 12 de junho num hotel em Maracaju (162 km de Campo Grande). No trecho a seguir, publicado no Youtube com legendas, o deputado tucano conta a Passaia que a Assembleia "devolve" dinheiro para o governador André Puccinelli.

Em tom de reclamação, Rigo diz que o valor entregue ao governador subiu de R$ 2 milhões para R$ 6 milhões e afirma que o aumento obrigou a cortar pagamentos feitos a desembargadores e pessoal do Ministério Público

















Veja Agora ! Videos da chuva de granizo em Guarulhos











sábado, 18 de setembro de 2010

A imprensa brasileira - Diferentes maneiras de contar a mesma história.

Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdadeira, como ela seria veiculada pela imprensa brasileira?
*Jornal Nacional*
(William Bonner): ‘Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem…’        
(Fátima Bernardes): ‘…mas a atuação de um caçador evitou a tragédia.’  
*Programa da Hebe**
"…Que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"  
*Cidade Alerta*
"…Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva…
Um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!"
*Superpop*
"Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos há mais de um ano. Abafa o caso!"    
*Globo Repórter*
"Tara? Fetiche? Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente?
O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta.
E uma revelação: casos semelhantes acontecem dentro dos próprios lares das vítimas, que silenciam por medo. Hoje, no Globo Repórter.."    
*Discovery Channel*
"Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver."
*Revista Veja*
"Lula e Dilma sabiam das intenções do Lobo."
*JÁ*
"Lenhador passou o rodo e mandou lobo pedófilo pro saco!" 
*Revista Cláudia*
"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho."
*Revista Nova*
"Dez maneiras de levar um lobo à loucura, na cama!"  
*Revista Isto É*
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
*Revista Playboy*
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho no mês seguinte): "Veja o que só o lobo viu."  
*Revista Vip*
"As 100 mais sexies - Desvendamos a adolescente mais gostosa do Brasil!"
*Revista G Magazine*
(Ensaio com o lenhador) "O lenhador mostra o machado."  
*Revista Caras*
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor pra muitas coisas na vida. Hoje, sou outra pessoa."  
*Revista Superinteressante*
"Lobo Mau: mito ou verdade?"
*Revista Tititi*
"Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico em jantar no Rio."
*Folha de São Paulo*
"Lobo que devorou menina era do MST"
*O Estado de São Paulo*
"Lobo que devorou menina seria filiado ao PT."
*O Globo*
"Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT, que assassinou um lobo para salvar menor de idade carente."
*O Povo*
"Sangue e tragédia na casa da vovó."  
*Extra*
"Promoção do mês: junte 20 selos, mais 19,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!"    
*O Dia*
Lenhador desempregado tem seu dia de herói!
*Capricho*
Teste: "Seu par ideal é lobo ou lenhador?"

CESAR REZENDE

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Frase do Dia

"Um sorriso significa muito. Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o oferece; dura apenas um segundo, mas a sua recordação, por vezes, nunca se apaga".

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A FOME E A UFANIA!


Chamou-nos a atenção a forma como a mídia deu destaque, com uma grande soberba e vangloriando-se, ao fato da fome mundial ter tido uma queda em torno de 9,6%, segundo o anúncio,  a primeira em 15 anos!

             
           

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação-(FAO), com sede em Roma, 925 milhões de pessoas no mundo estão subalimentadas atualmente. Ao contrário das comemorações deveríamos nós, raça humana, estar a chorar, pois nada há de bom em um mundo onde quase 1 bilhão de pessoas sofre com a fome e desnutrição. Pior ainda quando sabemos que a bem pouco tempo atrás em 2008, eram 850 milhões de almas nessas condições!
A grande maioria dessas pessoas, 98%, reside em países em desenvolvimento e representam 16% da população... Os governos deveriam promover investimentos na agricultura e ampliar redes de segurança e os programas de ajuda social! A cada 10 segundos, pasmem amigos, morre uma criança devido à desnutrição... Muito, muito triste! A proporção de famintos é mais forte na África subsaariana, onde 30% da população sofre com a fome diz a FAO!
Blangadesh, China acreditem, a República Democrática de Congo, Etiópia, Índia, Indonésia e Paquistão possuem 616 milhões dos famintos. A América Latina e Caribe estão respeitando ou se aproximando dos objetivos de redução da fome! Há dez anos os líderes mundiais têm tentado reduzir a fome no mundo até 2015, mas convenhamos, estamos muito longe dos objetivos...
Temos a certeza que a redução da fome mundial é possível, bastando apenas à vontade política! Por isso gente, temos que brigar para que as pautas de qualquer governante, independentemente de filosofias e cores partidárias, venham sempre a contemplar o combate a fome em seus países e no mundo... A escolha de políticos engajados, depende de nós mais uma vez, das nossas escolhas e votos e não somente de nossos sofrimentos e orações!
Pensemos bem nisso, outra vez...                                 
Cesar Rezende